quinta-feira, agosto 5


Augusto dos Anjos
A máscara
Eu sei que há muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra, E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência.

No delírio, porém, da febre ardente
Da ventura fugaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória Para sorrindo palpitar contente.

Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.
E entre a mágoa que masc’ra eterna apouca
A humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.

Um comentário:

martim disse...

que massa...

álias, será que a gente não só ri da nossa desgraça mesmo?
claro que faz diferença se vc acha que tá rindo porque vc é uma "pessoa sem complexo", relaxada, que sabe curtir a vida...
>))