segunda-feira, outubro 2

CArlos Drummond de Andrade

No inicio o mundo era turvo
e deus disse
faz-se Drummond
e a poesia veio para desinturva-lo

Fauna é minha colega de sala
tão bonita e dura face.
Bocas carnudas, labios rosados
amor feito a ferro
- e fogo também-
amor de trás das paredes
em lugares obsequiosos
e bastante escondidos.

Ainda hei de fazer

No dia do nascimento Drummoniaco
Poesia nada era humana e Brasil
nada era belo
românicos, parnasianos, cadeiras, mesas
Papel concreto.
Alvaro de campos?
morto bunclaclaclac
martelo.

Faz-e ciência, rezas, presas e filosofia,
mas poesia!
Está morreu com Drummond.

E de que adianta?
nascem-se novos poetas
novos pelés e novos meio-dia´s...
a cada instante
dura perda nasce em estanque
e estancada há de ficar.

Um comentário:

tgroba disse...

"fiat Drummond"!