tenho a pressa de milhões de anos
corro sem troféu a minha espera
para alguns faltam esperança
para mim - sobra
derramam-me nos poros como em dias de verão
tenho pressa
se ao menos a calma de outrora
pudesse me acompanhar...
aquela que de nada saber
nada preocupar
como o caminho é longo
procuro atalhos
tenho pressa de chegar
tenho a pressa de milhões de anos
me arranho nos espinhos
caio em armadilhas
todas postas por mim
para me sabotar
tenho a pressa de milhões de anos
mas aonde eu quero chegar?
onde eu vivia antes
tinha menos graça
e tinha mais paz
como gotas que transformam tudo em cores
primeiro rir - depois pensar
e agora não tem mais jeito mesmo
se eu soubesse disso antes
(ham)
faria tudo de novo
so que me divertindo mais
tenho pressa
mas começo a cansar
a esperança duradoura
é como a cobra peçonhenta
quanto mais veneno
mais difícil de matar
tenho pressa de estar
procuro meu caminho
que de Tolkien a Schopenhauer
parece mesmo é com Dali
e tenho pressa de enxergar
mas estou cansada
e a estrada é longa
tenho que continuar
c o n ti nuar
quantas vezes cai sem reclamar;
a maldita esperança
de um dia alcançar
vou mata-la a pedradas
(e com sua ajuda agora
tudo fica mais fácil)
tenho pressa
]]]tenho?
]]]pressa
segunda-feira, outubro 29
domingo, outubro 7
a nós mesmos
A irrealidade dos fatores não altera o produto
A sinceridade dos clamores não desfaz o absurdo
A fugacidade das verdades não destrói nossas vidas
E a velocidade das mensagens não nos é suicida
Sejamos felizes por termos dentes
E aparelhos pra consertá-los
A verdade é que nossos sonhos
Poderão ser realizados
Falo de nós modernos burgueses encafifados
A sinceridade dos clamores não desfaz o absurdo
A fugacidade das verdades não destrói nossas vidas
E a velocidade das mensagens não nos é suicida
Sejamos felizes por termos dentes
E aparelhos pra consertá-los
A verdade é que nossos sonhos
Poderão ser realizados
Falo de nós modernos burgueses encafifados
sábado, outubro 6
terça-feira, outubro 2
Eu declaro
que vós para poderdes viver, deveis vos armar de olhos da cabeça aos pés: não apenas com buracos para os olhos nas vossas armaduras, mas com olhos enormes, abertos, acordados. Olhos nas orelhas, para descobrir tanta falsidade, tantas mentiras, olhos nas mãos, para ver aquilo que os outros não dão e, mais importante, o que tomam, olhos nos braços, para medir vossa capacidade, olhos nas linguas, para pensar o que dizer, olhos no peito, para ajudar a desenvolver a paciencia, olhos no coração, para proteger das primeiras impressões, olhos nos próprios olhos, para ver como eles estão vendo.
Baltasar Gracian - El criticón
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