segunda-feira, outubro 29

tenho a pressa de milhões de anos
corro sem troféu a minha espera

para alguns faltam esperança
para mim - sobra
derramam-me nos poros como em dias de verão
tenho pressa

se ao menos a calma de outrora
pudesse me acompanhar...
aquela que de nada saber

nada preocupar

como o caminho é longo
procuro atalhos
tenho pressa de chegar
tenho a pressa de milhões de anos

me arranho nos espinhos
caio em armadilhas
todas postas por mim
para me sabotar

tenho a pressa de milhões de anos
mas aonde eu quero chegar?

onde eu vivia antes
tinha menos graça
e tinha mais paz
como gotas que transformam tudo em cores

primeiro rir - depois pensar
e agora não tem mais jeito mesmo
se eu soubesse disso antes
(ham)
faria tudo de novo
so que me divertindo mais

tenho pressa
mas começo a cansar

a esperança duradoura
é como a cobra peçonhenta
quanto mais veneno
mais difícil de matar

tenho pressa de estar

procuro meu caminho
que de Tolkien a Schopenhauer
parece mesmo é com Dali
e tenho pressa de enxergar

mas estou cansada
e a estrada é longa
tenho que continuar
c o n ti nuar

quantas vezes cai sem reclamar;
a maldita esperança
de um dia alcançar

vou mata-la a pedradas
(e com sua ajuda agora
tudo fica mais fácil)

tenho pressa
]]]tenho?
]]]pressa

2 comentários:

Gabriel Carvalho disse...

O ritmo corrido
com tema inesperado
qual será o proximo prato?

sis disse...

o que for bom de desgustar... =)