sábado, novembro 25

a menina sem nome(que sequer lerá)

nomes de pessoas
são difíceis de gravar,
no momento exato,
como o mês de março,
quando lá tem carnaval

na determinada situação
em que se faz nescessario
ter já em mente a palavra certa
que desperta um poema
mesmo sem papel,
afinal,
arte sem vida
é pintor sem pincel,

mas é do nome que falo,
e ainda escrevo,
tentando me lembrar;
do nome que havia
e me permitia
viver a poesia
que fiz à te desejar

felicidade e paz

quarta-feira, novembro 22

Sair, verbo intransigente.

Quando saímos de si,
Saímos pra algum lugar,
Na busca de que por aí
Achemos a nos encontrar.
Porém o verbo sair
Não se aceita completar,
Guarda-se dentro de si,
Em nós, no mesmo lugar.

sábado, novembro 18

Eu e tantos.

Os outros me são eu, de longe, tranqüilo, intocável.
Sou uma fêmea com fecunda prole de mim extraviada pelas ruas.
Uns maduros, alcoólatras, românticos, outros tristes, alegres,
Folhas de caderno avulsas nos bares:
Folhas caídas de meus invernos de menino.

Comia palavras na redação.
A pró era severa: não serás entendido, Tiago. Não se esconda!
As pessoas não têm tempo para adivinhar o que escreve!
Mas eu tinha fome, de mim.
E comia todas as palavras,
me consumia,
me escondia,
quieto,
nos outros.
Hoje como frases, períodos, parágrafos inteiros de mim.
Tranco-me em mim mesmo:
Sou eu e ainda sou alguém,
Não sei mais quem sou,
Em mim nem em ninguém.

sexta-feira, novembro 17

à santos groba

aos versos que hoje faço
em muito devo a ti
que de tantas conversas resolvi começar a escrever bem.
de certo que comecei a escrever em tenra idade,
Quando em sarais improvisados fui forçado a fazer versos,
mas acontece que tomei gosto

E tendo tomado gosto, encontrei bons poemas
onde esperava menos encontrar, nesta altaneira loucura infantil,
que só ver coisas boas em lugares distantes...

Nos teus versos maduros,
de quem escreve mesmo antes de ter começado a escrever,
ví poemas que não esperava encontrar em pessoa de viver aluado
e barba jesuítica(pelo menos têm em comum o gosto pelo vinho)
e andar encurvado.

Seus poemas que mais lembram melancolias profundas
que nos entretem mesmo com sua graça medonha,
Suas comedias in-versos que nem sempre me fazem dar risada,
Suas prosas casuais que hora ou outra leio no mirante...
Mas é nos teus versos mais melancolicos que está sua poesia, versador,
e nos teus poemas conjuntos com Anadora...(Sem querer te complicar)

Nem perco meu tempo analisando-os,
criando, sobrepondo ideias minhas e dando justificativas,
os versos só são verdadeiros quando lidos casualmente
sem entregar-lhes sentido lato
e muito menos na preocupação se são- ou não - parnasianos...

vercejar bem é um dom a poucos ofertado,
e vale muito mais que um masso de cigarro

dicionário da madrugada

Astrolábio: medidor dos lábios dos astros.

quarta-feira, novembro 15

onde andaras bone

tem certos nomes
que eu olho no blog e me pergunto:
pa que diabo vieram aqui...
como diria zeca baleiro:

"até maricota
desviou a sua rota
desligou sua toyota
e caiu no drumembeis"

ou qualquer coisa do genero

quinta-feira, novembro 9

Poesia costurada no vento.

Gostaria de escrever uma bela poesia agora.
Mas estou cansado. Não sai nada. Vou dormir.
O sonho talvez ajude.
Se não ajudar, amanhã começarei de onde parei,
do nada.

segunda-feira, novembro 6

não entendo as pessoas do meu tempo. para elas, poder ouvir as vozes de seus antepassados num aparelho de cd é a prova cabal de que seus espíritos não co-existem conosco, como que pairando no ar. o que elas esperavam, um holograma divino? porque todos ficam procurando a magia em alguma certeza materialmente reproduzivel? de que adianta tantas esperanças na mais promissora (e talvez assutadora) de todas as eras? O segredo, é que aquele que não se permitir o sono nunca alcançará a vigilia. a onisciência é uma estupidez.

domingo, novembro 5

Segundo mapa, a Chapada Diamantina é o umbigo da Bahia.

sexta-feira, novembro 3

contradição?

Humanizar os poetas é tirar-lhes os nomes e dá-los aos nossos cachorros.