Celebro as virtudes e os vicios
de pequenos burgueses suburbanos
que ultrapassam o refrigerador
e colocam guardas sóis de cor
junto ao jardim que anela uma piscina:
este ideal ao luxo soberano
para meu irmão pequeno burguês
que és tu e que sou eu, vamos dizendo
a verdade verdadeira neste mundo.
A verdade daquele sonho a curto prazo
sem escritório no sábado, por fim,
os desapiedados chefes insolúveis
onde sempre nasceram os verdugos
que acham e se multiplicam sempre.
Nós, heróis e pobres diabos,
fracos, fanfarões, inconclusos,
e capazes de todo o impossível
sempre que não se veja e não se ouça,
dom juans e doms-juanas passageiros
na fugacidade de um corredor
ou de um tímido hotel de passageiros.
Nós, com pequenas vaidades
e resistidas ganas de subir,
de chegar onde todos têm chegado
porque assim nos parece que é o mundo:
uma pista infinita de campeões
e em um lugar nós, esquecidos
por culpa de talvez todos os outros
porque eram tão parecidos conosco
até que roubaram seu lauréis,
suas medalhas, seus títulos, seus nomes.
Pablo Neruda
quarta-feira, fevereiro 27
sexta-feira, fevereiro 22
Poema
Tamanha devassidão
Os dentes trincados no chão
Como uma pétala retirada
Daquela flor...
A tua amada
Mas você não tem um amor
Então segues...
Não olhai o lírio dos campos
Não procure os teus quebrantos
Siga vida senha a vida
O que sentes não é
Nada demais, porque depois ao pó
Retornarás, mas servirá pra muitas coisas
Pro charco
Pro vale
E pro urubu
Até seu olho do cú
Outro poema
Na vida tudo têm seu coringa e seu aís
Seu calado e seu cais
Seu espanto
A agonia
O farsejo que sangra o dia
Têm sempre o momento do desespero
O ato que estilhaça o peito
A verdade que destrói a mente
A loucura que desvaira a gente
E no final tudo têm um quê de ruim
E enquanto formos cristãos
Isto será nosso fim!
Tamanha devassidão
Os dentes trincados no chão
Como uma pétala retirada
Daquela flor...
A tua amada
Mas você não tem um amor
Então segues...
Não olhai o lírio dos campos
Não procure os teus quebrantos
Siga vida senha a vida
O que sentes não é
Nada demais, porque depois ao pó
Retornarás, mas servirá pra muitas coisas
Pro charco
Pro vale
E pro urubu
Até seu olho do cú
Outro poema
Na vida tudo têm seu coringa e seu aís
Seu calado e seu cais
Seu espanto
A agonia
O farsejo que sangra o dia
Têm sempre o momento do desespero
O ato que estilhaça o peito
A verdade que destrói a mente
A loucura que desvaira a gente
E no final tudo têm um quê de ruim
E enquanto formos cristãos
Isto será nosso fim!
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