Ela,
Que me vem com mãos de Fevereiro
E com seios tão pequenos, plúmbeos,
Atrasando-me ao deixar sua casa;
Ela,
Que leva no rosto uma macieira
Que me obriga a parar e matar a fome;
Ela,
Que ergue no dorso
Volteado em marfim
Duas pernas jônicas,
Maior expressão da arte clássica;
Ela
Nem sabe
(e nem sei se conto:
será que o amor gela?)
Mas é o umbigo,
Onde ponho meu ouvido,
O que mais me atrai nela.
quarta-feira, fevereiro 28
quinta-feira, fevereiro 22
serpentinas e confetes
abram alas o carnaval quer passar
com sua corda humana a multidão segregar
de um lado os que não podem
do outro os que devem pagar
serpetinas e confetes
erguem-se os camarotes
ocupando os espaços com gente do mundo inteiro
contanto que tenha dinheiro
serpetinas e confetes
olha quanta alegria
disfarçando a agonia
desse nosso dia-a-dia
abram alas o carnaval quer passar
com sua corda humana a multidão segregar
de um lado os que não podem
do outro os que devem pagar
serpetinas e confetes
erguem-se os camarotes
ocupando os espaços com gente do mundo inteiro
contanto que tenha dinheiro
serpetinas e confetes
olha quanta alegria
disfarçando a agonia
desse nosso dia-a-dia
terça-feira, fevereiro 20
coordenada m
cindindo o nivelar dos astros
encerra-se a comunhão,
o Homem, agora,
senhor do espaço,
conjuga seu verbo em vão
encrespa seu sonhar nas veias
de aeronaves interplanares.
Afunda-se nos mais altos mares
de estrelas em vastos lugares
aprofunda-se em estudos insidiosos
que lhe prometem mundos à palma da mão
e assim em um encejo que lhe é próprio
semeia um sem fins de vozes que imperarão
mas no quarto do antigo planeta terra
(agora área "x" coordenada "m")
antigos devaneios voltam a funcionar.
Pergunta-se o porque das coisas
- que coisas?
Diz o homem interplanar
encerra-se a comunhão,
o Homem, agora,
senhor do espaço,
conjuga seu verbo em vão
encrespa seu sonhar nas veias
de aeronaves interplanares.
Afunda-se nos mais altos mares
de estrelas em vastos lugares
aprofunda-se em estudos insidiosos
que lhe prometem mundos à palma da mão
e assim em um encejo que lhe é próprio
semeia um sem fins de vozes que imperarão
mas no quarto do antigo planeta terra
(agora área "x" coordenada "m")
antigos devaneios voltam a funcionar.
Pergunta-se o porque das coisas
- que coisas?
Diz o homem interplanar
segunda-feira, fevereiro 12
A Gruta Azul
Dizem que na Gruta Azul o tempo pára
E que a queda-d’água da pequena cascata
Levanta arco-íris feéricos
Que incendeiam os instintos.
Dizem que das plantas nectaríferas
Emanam bálsamos etéreos
E que os duendes não roubam os becks alheios.
Dizem que na Gruta Azul
Os beijos e dentadas se equivalem
Sob o espelho no teto
Que transparece as inspirações celestes.
Ouvi dizer que era até criatório de poesia!
E não minto: corre o boato de que a cerveja é por conta da casa!
Dizem que não há telefone,
Que nunca falta comida
E que no rádio só dá 3x0 pro Bahia!
Povoada por ninfas tricolores
Dizem os mais assíduos do lugar!
Que lugar é esse?
Não sei. Nunca fui.
Mas ainda vou lá.
E que a queda-d’água da pequena cascata
Levanta arco-íris feéricos
Que incendeiam os instintos.
Dizem que das plantas nectaríferas
Emanam bálsamos etéreos
E que os duendes não roubam os becks alheios.
Dizem que na Gruta Azul
Os beijos e dentadas se equivalem
Sob o espelho no teto
Que transparece as inspirações celestes.
Ouvi dizer que era até criatório de poesia!
E não minto: corre o boato de que a cerveja é por conta da casa!
Dizem que não há telefone,
Que nunca falta comida
E que no rádio só dá 3x0 pro Bahia!
Povoada por ninfas tricolores
Dizem os mais assíduos do lugar!
Que lugar é esse?
Não sei. Nunca fui.
Mas ainda vou lá.
domingo, fevereiro 11
Conversa de bêbado.
--Mas como que cavalo não deita?
--Você já viu cavalo deitado?
--É claro!
--Ah, não, não é cavalo!È jegue, burro, égua, pé-duro... o que for, mas cavalo não pode ser!
--Você tá achando que eu tô le mentindo? Pra quê vou querer le discordar.
--Eu sei, mas é que cavalo nunca deita!
--Ôôôxi, você tem um carro e tem que mudar as peças, tem o óleo, tem que calibrar os pneus. E a gasolina?! E cavalo não vai deitar? Qual é!?
--Você já viiiiiu cavalo deitado?
--Já, eu já não le disse!?
--Onde?
--Perto de casa!
--Onde você mora?
--Em Armação!
--Não pode ser!
--Você sabe onde eu moro?
--Não é isso. È que cavalo não deita em lugar nenhum.
--Vá lá em casa um dia e eu le mostro. Tem um terreno baldio que vira-e-volta tem uns cavalos pastando e os mais cansados tá lá dormindo.
--Mas cavalo dorme em pé!!
--Mas esse dorme deitado, dorme dormindo!
--Essa eu quero ver!
--Uma vez eu vi na televisão que um desses milionários que tem esses cavalos que custam milhões e que é de corrida quando uma vez o bicho quebrou a perna sabe o que aconteceu?
--Aí tem que matar o bicho!
--Não, aí se enganou! O cara era tão rico que pagou tudo pro cavalo ficar bom.
--E ele voltou a correr?
--Não, mas conservou o trote.
--E o que isso tem a ver com cavalo deitar?
--Eu sempre soube que tem que matar o bicho quando ele quebra a perna, mas esse ficou vivo!
--E aí?Prossiga!
--Então cavalo pode deitar!
--Mas oxi, como assim?
--Venha cá, deixe lê dizer: cavalo nasce em pé e morre em pé?
--Não, pera aí.....ele deita 10% ou menos da vida.
--Ahhhhh...
--E quando tá doente.
--Ahhhh, por que não disse?
--Você não queria saber!
--Então ele deita!
--Pode ser...
--Você já viu cavalo deitado?
--É claro!
--Ah, não, não é cavalo!È jegue, burro, égua, pé-duro... o que for, mas cavalo não pode ser!
--Você tá achando que eu tô le mentindo? Pra quê vou querer le discordar.
--Eu sei, mas é que cavalo nunca deita!
--Ôôôxi, você tem um carro e tem que mudar as peças, tem o óleo, tem que calibrar os pneus. E a gasolina?! E cavalo não vai deitar? Qual é!?
--Você já viiiiiu cavalo deitado?
--Já, eu já não le disse!?
--Onde?
--Perto de casa!
--Onde você mora?
--Em Armação!
--Não pode ser!
--Você sabe onde eu moro?
--Não é isso. È que cavalo não deita em lugar nenhum.
--Vá lá em casa um dia e eu le mostro. Tem um terreno baldio que vira-e-volta tem uns cavalos pastando e os mais cansados tá lá dormindo.
--Mas cavalo dorme em pé!!
--Mas esse dorme deitado, dorme dormindo!
--Essa eu quero ver!
--Uma vez eu vi na televisão que um desses milionários que tem esses cavalos que custam milhões e que é de corrida quando uma vez o bicho quebrou a perna sabe o que aconteceu?
--Aí tem que matar o bicho!
--Não, aí se enganou! O cara era tão rico que pagou tudo pro cavalo ficar bom.
--E ele voltou a correr?
--Não, mas conservou o trote.
--E o que isso tem a ver com cavalo deitar?
--Eu sempre soube que tem que matar o bicho quando ele quebra a perna, mas esse ficou vivo!
--E aí?Prossiga!
--Então cavalo pode deitar!
--Mas oxi, como assim?
--Venha cá, deixe lê dizer: cavalo nasce em pé e morre em pé?
--Não, pera aí.....ele deita 10% ou menos da vida.
--Ahhhhh...
--E quando tá doente.
--Ahhhh, por que não disse?
--Você não queria saber!
--Então ele deita!
--Pode ser...
sexta-feira, fevereiro 9
Amor mudo.
Semente do amor intercalado,
Calado, entre os pólos do vácuo,
Germina no silêncio do espaço
Colhendo rosas apenas pelo tato.
Calado, entre os pólos do vácuo,
Germina no silêncio do espaço
Colhendo rosas apenas pelo tato.
terça-feira, fevereiro 6
a lua
Há madrugadas em que a lua vem como luz no fim do túnel da noite, negaceando, e você só quer chegar o mais cedo possivel no outro lado.
Ah, mas às vezes vem bem fininha como um cílio, atraindo, seduzindo sua presença até o esgotamento matinal.
Já noutras aparece pela metade, mais prum lado ou mais pro outro, desnorteada, bêbada, falando besteira e até chata.
E tem noites que nem aparece, de ressaca lunar.
Ah, mas às vezes vem bem fininha como um cílio, atraindo, seduzindo sua presença até o esgotamento matinal.
Já noutras aparece pela metade, mais prum lado ou mais pro outro, desnorteada, bêbada, falando besteira e até chata.
E tem noites que nem aparece, de ressaca lunar.
domingo, fevereiro 4
sábado, fevereiro 3
com citações de cordel
O amor não pode morrer,
mas falta espaço pra ele
vive-se de tal forma que a sua forma de expressão
é na verdade um limiar de depuração
"o amor comeu todos os meus cartões de visita"
não sinto-me constrangido em dizer que te amo
não,
na verdade à amo demais
e a culpa dessa merda toda
é a absoluta falta de humanidade dos nossos pais
"o amor comeu todos os papéis onde escrevera meu nome"
Na poesia encontramos calma
mas tanta calma que que me deixa irritado
pois a calma que encontramos
é a calma das almas encalacradas
mas falta espaço pra ele
vive-se de tal forma que a sua forma de expressão
é na verdade um limiar de depuração
"o amor comeu todos os meus cartões de visita"
não sinto-me constrangido em dizer que te amo
não,
na verdade à amo demais
e a culpa dessa merda toda
é a absoluta falta de humanidade dos nossos pais
"o amor comeu todos os papéis onde escrevera meu nome"
Na poesia encontramos calma
mas tanta calma que que me deixa irritado
pois a calma que encontramos
é a calma das almas encalacradas
Ama-me, Ana!
Ai,Ana!
Ama-me,
Minha’na!
Ama-me
La mañana,
La semana,
Na cama
Descama-me
Mas não leves,
Leviana,
Não leves
Minha antologia
Drummoniana,
Ana!
Ah, Ana,
Anatômica,
Juro,
Por Sant’ana,
Nunca
Desencanarei,
Sempre
Continuanarei
Capítulo
De sua Analogia,
Mas,
Ah, Ana,
Não sejas sacana:
Ama-me!
Ama-me,
Minha’na!
Ama-me
La mañana,
La semana,
Na cama
Descama-me
Mas não leves,
Leviana,
Não leves
Minha antologia
Drummoniana,
Ana!
Ah, Ana,
Anatômica,
Juro,
Por Sant’ana,
Nunca
Desencanarei,
Sempre
Continuanarei
Capítulo
De sua Analogia,
Mas,
Ah, Ana,
Não sejas sacana:
Ama-me!
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