sexta-feira, março 30

Procura-se

Onde está a poesia
Efusivamente
Seu desencontro pôs-se a aparecer
Ante aos homens,
Necrófilos inquestinaveis da esperança

Encimesmadas palávras ainda
Permeiam humana vida,
Que se esvai
A aurora de permanecer, irrevogavelmente,
Hipócrita

Poesia fartou-se humanamente
Da humanidade.

Em vão poetas tentaram apazigua-la,
Mas seus argumentos foram precisos
Seus motivos inquestionaveis
E sua atitude mordaz.
Trancou-se lancinantemente
No reino das palavras, e lá
Fechou-se com alguns
Poetas mortos.

Fechada para o mundo
Poesia pôs-se a vislumbrar
Seu atual espetaculo:
cercada de letreiros torpes
Conversas fulgazes
Contos inoperados.
Poesia dignou-se a sentir pena,
Mas sem revogar seu desmundo impermeavel

Fadigou-se em brochuras
Perante píncaros
De tenaz insensatez,
Permeante o dia-a-dia.
Que prossegue ordinariamente,
Surpreendendo a cada instante
Homens e mulheres desesperançosos
Ante a falta de Poesia.

2 comentários:

martim disse...

e que poesia, a sua falta.

:)

Gabriel Carvalho disse...

não entendi