sábado, março 10

vinham por outro lado as idéias,
mansas, que de beber água,
de sentir sono,
de caminhar a esmo,
pegavam carona nas nuvens
compunham-se fôrmas de música:
um estampido alto, debaixo da cama,
debruçada, minha coisa nova,
minha novidade esvoaçante
em pele de laranja-pêra
ah, motivos e idéias e motivos e idéias
para tantos dias quaseamesmacoisa
(não consigo parar, por favor, não respire!)
se houvesse tempo
“valsa vienense”
memória de elefante...
“você veio”?
outro dia, né?
minhas opiniões de bronze
em sua cruelrência devirada
não tem botões, nem alavanca, nem significado...
vamos mentir que foi bonito,
vamos?
zero na cabeça: caixa de ressonância para encher de vinho.
dois no coração: tímpano rubro de escolhas inexplicáveis.
robozinho de feijão-verde
onde caíram minhas íris?
onde, onde espalharam-se minhas palavras?
que, por outro lado, vinham
germinando nas poças d’água suja?
(não respire, por favor, não respire...)

2 comentários:

tgroba disse...

gostei da poesia, martim
vem imagem,conceito, ideia, intençao,invençao,(de todos os lados), depois vira obsessao. coisa assim...acho...
é bom respirar tambem essas ideias, mesmo as que me vem de poças sujas.
e é bom ter memoria de elefante as vezes, porque vou te contar....

martim disse...

se houvesse valsa vienense...
=)

hehehe...
valeu.