sexta-feira, dezembro 1

Minha menina

Logo Deus mata a sede
E a maré esvazia
Ela corre à praia
Pra se maquiar de sol.

Sobre a areia se deita
Para o retoque à lápis
Ultravioleta nos olhos,
Lábios, pernas e batatas.

A pele se vai pintando
Num tom acasulado
Até atingir o brilho
Quente da crisálida,

E, à noite, vem o vento frio
Bater na cama aquecida
Pra despelar os desejos
Da borboleta na menina.

Nenhum comentário: