quinta-feira, setembro 21

Arvore dos encantos

Acorda levanta resolve
Há uma guerra no nosso caminho
Nos confins do infinito
Nas veredas estreitas do universo
Vejo
As cinzas do tempo
O renascimento
As danças do fogo
Purificação transporte
Escuto
O trovão que escapou
As ladainhas das mulheres secas
Herdeiros do fim do mundo
Isso não é real
Não
Isso não é real
A brotação das coisas
Herdeiros da Tempestade
Girando em torno do sol
Do sol
Girando em torno do sol
Vejo
Aquele cego sorrindo
No nevoeiro da feira
Aquele cego sorrindo
Beijo
A fumaça que sobe
O peito da santa
O cheiro da flor
árvore dos Encantados
Vim aqui outra vez pra tua sombra
árvore dos Encantados
Tenho medo mais estou aqui
Tenho medo mais estou aqui
Aqui Mãe
Aqui meu Pai
Em cima do medo coragem . Recado da Ororubá

3 comentários:

Gabriel Carvalho disse...

ai pessoal tou com preguiça de editar o título, mas essa musica é um poema de lirinha ou clayton de Barros(não tenho certeza, mas são as pessoas que fazem as letras na banda), e eu ia comentar mesmo, mas o que me chamou a atenção foi a relação com a filosofia grega e mais engraçado é a relação com a sentença de anaximandro, que possui diversas traduções, mas em especial com a traduçãio de heideeger, pela relação em coisas na musica com ta ontà, a multiplicidade do ente, quando ele fala: "a brotação das coisas, não, isso não é real", e a frase de anaximandro é : "Pois donde a geração é para os seres(tois ousi),é para onde a corrupção se eleva segundo o nescessario(khreón, escatologia no seu sentido grego,ir ao fundo), pois concedem eles mesmos justiça e deferência uns aos outros pela injustiça, conforme a ordenação do tempo". E na frase "árvore dos encantados tenho medo mais estou aqui..." eu relaciono ao espanto ao ato de filosofar levado ao fundo... Que causa medo no sentido em que proporciona questionamentos que lidam com a instância anterior a lógica, não seria isso que nietzsche falava quando afirmava que socrates matara a filosofia?

Gabriel Carvalho disse...

ah é da banda cordel do fogo encantado

tgroba disse...

massa bielis!
muito bonita essa poesia!
fiquei imaginando um grande caos bolorento nos 'confins do infinito', nas 'veredas do universo': sendo visto de longe.
e o final ne agradou muito tambem.
abriu caminhos pra se pensar mesmo, e isso é o que procuro em todas as poesias.
massa!