sábado, setembro 2

"Quando o pensar chega ao fim, na medida em que sai do seu elemento, compensa esta perda, valorizando-se como telós, como instrumento de formação e, por este motivo, como atividade acadêmica e acabando como atividade cultural. A Filosofia vai transfomar-se em uma técnica de explicação pelas causas últimas. Não se pensa mais; ocupamo-nos de "Filosofia". Na concorrência destas ocupações, elas então exibem-se publicamente como "ismos", procurando uma sobrepujar a outra. O domínio dessas expressões não é casual. Ele reside, e isto paticularmente nos tempos modernos, na singular ditadura da opinião pública. A assim chamada "existência privada" não é, entretanto, ainda o ser-homem essencial e livre. Ela simplesmente crispa-se numa negação do que é público. Ele permanece o chantão dele dependente e alimenta-se somente do recuo diante do que é publico. Ela atesta, assim, contra a sua própria vontade, a sua subjulgação à opinião pública. Ela mesma pórem, é a instauração e dominação metafisicamente condicionadas - porque se originando do domínio da subjetividade - da abertura do ente, na incondicional objetivação de tudo. Por isso, a linguagem põe-se a serviço da meditação das vias de comunicação, nas quais se espraia a objetivação, como acesso uniforme de tudo para todos, com o desprezo de qualquer limite. Deste modo, a linguagem cai sob a ditadura da opinião pública. Esta decide previamente do que é compreensível e do que deve ser desprezado como incompreensível."

-Heidegger, carta sobre o "humanismo" -

3 comentários:

Gabriel Carvalho disse...

e o que importa seria a vongtade de potência né? e a comunhão fica aonde? E o feminino no humamo? A ditadura da opinião publica é a ditadura do Falo(ou grana tanto faz...)

falta o feminino no humano...A nescessidade de comunhão, a vontade de potência só leva a mais falocentrismo e mais e mais mais mais mais...
um dia para?
não sei...

martim disse...

bem, a vontade de potência não tinha exatamente entrado na história neh?
mas se pensarmos bem, a vontade de potência tb leva à comunhão... a propria procriação (tanto no sentido físico como cultural) é uma das formas mais importantes de vontade de potência... só precisamos pensar o termo "potência" um pouco mais amplamente, lembrando nesse caso da definição de Aristoteles, mas aí já corremos o risco de cair na dicotomia entre ato e potência... de qualquer forma, acredito que a ditadura da opinião publica seja algo mais como uma sub-potencializacão do ser humano e da linguagem, a partir de uma tentativa absolutamente ineficaz de se negar a incompletude e a contingência da nossa existência, ou seja, estupidez mesmo...
vou botar outro post logo então...
:)

Gabriel Carvalho disse...

rpz comunhão com sigo mesmo é facil martim todos sabemos que o filho é nomeado pelo pai(e por vezes possui o nome dele)...
e o outro contratil?
todos nós sabemos que "a mulher passa a odiar na medida em que deixa de encantar",mas entretanto precisamos ir além disso...
no fedro platão nomeia bem essa questão
no aspecto em que fala da busca da alma gemea, não falo de novelas da globo(a não ser que queira assistir com ela...), mas sim daquele que nos faz humanizar-nos e comunhar com sigo mesmo em seu aspecto inexplorado, afinal no final "tudo é um",
mas e vou ler seu outro texto